26 de jun. de 2011

PROPOSTA DE REDAÇÃO ESPECIAL II - CENTRAL DE CURSOS - 20.06.2011 (OUTRA REDAÇÃO)





Redação produzida pelo aluno
FELIPE DA COSTA PINHEIRO - VESPERTINO
NOTA: 8,75

PROPOSTA DE REDAÇÃO ESPECIAL II - CENTRAL DE CURSOS - 20.06.2011




Redação produzida pela aluna MARIA LUÍSA ROCHA DE MACEDO
NOTA: 9,50
TURNO: VESPERTINO

23 de jun. de 2011

IMBECILIDADE SEM LIMITES - BOMBAS NO SÃO JOÃO

Infelizmente eu não consigo achar outro adjetivo para a falta de bom senso daqueles que fazem da noite de São João um campo de guerra com lançamento de verdadeiros "mísseis".

Nessa hora, sentimo-nos desamparados, pois não há nada que regule os constantes estampidos dos traques, das bombas, seja lá o que nos incomode. Não temos, nessa época, o direito de conversar com as pessoas, o direito de raciocinar, o direito de sair de casa, por causa da fumaça. Além de tudo, o meio ambiente - tema sem importância para alguns ignorantes - é desconsiderado com as cinzas em que é transformada a fogueira.

Consciência é palavra bonita, mas sem serventia alguma. Queria entender, um dia, o que motiva um adulto a achar belo soltar bombas que assustam crianças, idosos ou quem esteja em período de gestação. Desculpem-me o termo, mas isso só pode ser chamado de imbecilidade de pessoas que precisam se afirmar de uma maneira pouco interessante: fazendo barulho.

Deveria haver regulamentação, uma restrição ao uso desses fogos, os quais - a cada mês de junho - fazem milhares de vítimas, quando se poderia ter desse momento religioso apenas lembranças positivas, relacionadas essencialmente ao espírito que a Festa pretende transmitir.

19 de jun. de 2011

VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA NÃO SE CONFUNDE COM APOLOGIA AO ERRO

Tem incomodado muita gente, mas principalmente aqueles que trabalham com Língua Portuguesa, a adoção - por parte do MEC - do livro "Por uma vida melhor", o qual desconsidera alguns elementos da gramática, como a conjugação verbal, e afirma que frases como ""A gente pegamos o peixe" estão corretas, pois considerá-las erradas constitui preconceito lingüístico.

A distorção é gigantesca. Trabalhar as variantes de uma língua, especialmente num país como o Brasil, é algo necessário, oportuno e salutar, inclusive pela maneira como os vestibulares e grandes exames têm cobrado esses conteúdos. É, sim, compreender que não existe única forma de linguagem, que é preciso ter tal consciência para se comunicar bem dentro de sua nação. No entanto, isso não quer dizer que em todas as situações tenhamos de nos comportar de maneira indefinida.

Dizer "A gente pegamos o peixe" ou "Nós pega o peixe" é compreensível. O problema não está na compreensão, está na conscientização de como cada variante deve ser empregada e em que ocasiões, principalmente porque o tal livro é direcionado a alunos de 6º ao 9º ano, fase decisiva na afirmação da língua. Se é indiferente falar ou escrever de qualquer forma, em outros segmentos também vamos deixar tudo aleatório: numa audiência judicial, não haverá problemas se alguém for de calção e camiseta; num jantar de negócios, ninguém ignorará caso uma pessoa coma com as mãos, sem talheres; alguém chegará numa repartição gritando, como se todos estivessem loucos e tudo continuará bem, sem estranhamentos.

Adequar-se à norma culta não acontece sempre. Mas há contextos específicos em que ela é necessária. Não seria viável um apresentador de TV que falasse errado, nem um texto televisivo com desvios de grafia ou de concordância, ou um advogado que faça sua defesa com termos chulos e rasteiros. E não tem sentido o argumento de que existe preconceito lingüístico ao se corrigir tal prática. Se tudo for considerado preconceito, ninguém mais precisará qualificar-se, aprender, instruir-se. Que cabimento terá ir à escola, a cursos de oratória ou de redação oficial? Tudo será inútil e nossas crianças, já pouco incentivadas quanto ao correto uso da linguagem, ficarão cada vez mais preguiçosas e inertes.

Como disse Lya Luft, pode ser que o MEC tenha deixado isso passar despercebido pela carga de trabalhos que ali existe; mas pode ser também que a adoção desse livro signifique o favorecimento a alguém, algo não muito difícil em se tratando do Brasil dos últimos tempos. Caso se trate da primeira hipótese, isso deveria ser corrigido já, sem nenhuma cerimônia, até para o Governo Federal mostrar que se tratou realmente de um equívoco e por isso precisa deixar errada uma decisão apenas para não "dar o braço a torcer". E, mais do que isso, deixar claro que variação lingüística nada tem a ver com a falta de conhecimento e falta de cultura.

18 de jun. de 2011

ALGUMAS VARIANTES LINGÜÍSTICAS COM QUESTÕES RESPONDIDAS

VARIAÇÕES REGIONAIS

As variações regionais dizem respeito à mudança no modo de empregar a língua de um país para outro. Por exemplo, em alguns estados do Brasil, algumas pessoas dizem “soltar pipa”, enquanto que outras “soltam papagaio”; em algumas regiões, a população toma “sorvete”; em outras, toma-se “gelado”, que normalmente é usada como adjetivo.

Diferenças entre formas de expressar a língua entre um país e outro, como Brasil e Portugal, também são variações regionais.

VARIAÇÕES SOCIAIS

A idade, o sexo, o nível socioeconômico, a formação de cada indivíduo, os grupos com os quais convive são fatores que podem determinar diferenças no emprego da língua.

Uma frase como “Comprei um sapato bonitinho, todo pretinho, com um detalhezinho dourado” seria considerada aceitável se pronunciada por uma mulher. No entanto, talvez causasse estranheza se fosse dita por um homem.


VARIAÇÕES SITUACIONAIS

Como se viu, há diferenças lingüísticas ligadas ao espaço, tempo, fatores socioeconômicos. No entanto, o mesmo falante modifica a forma de empregar a língua.

Em situações distintas, usamos a língua portuguesa em função de cada circunstância específica:

· Expressão escrita ou oral;

· Situação formal ou informal;

· Destinatário íntimo ou pessoa desconhecida e/ou distante.

Um mesmo indivíduo utiliza a língua de maneira diferente de acordo com a situação em que se encontra.


NORMA CULTA E LINGUAGEM COLOQUIAL

Cada falante da língua utiliza uma variante determinada pelo momento histórico em que vive, pela região onde mora, pela classe social a que pertence, por sua formação cultural. Mas há dois padrões de linguagem que um falante de formação escolar média deve conhecer e saber explorar: a norma culta – usada em situações formais, especialmente em textos escritos; a linguagem coloquial – usada no dia-a-dia, em situações informais.

Na primeira variante, predomina a pronúncia dos r e s finais, as sílabas tônicas das palavras são respeitadas, verbos são conjugados de acordo com a gramática, regras de concordância e regência são respeitadas.

Na segunda variante, é notória a ausência dos s e r finais, o vocabulário é menos preciso, há geralmente presença de gírias e a concordância nem sempre se faz na primeira pessoal do plural (a gente faz em detrimento de nós fazemos).


ERRO E RECURSO ESTILÍSTICO

Na análise lingüística, é preciso estabelecer distinções entre o que constitui erro e o que significa apenas um recurso estilístico com vistas a provocar um efeito de sentido ou sonoro.

Assim, nem todos os desvios da norma culta podem ser chamados de “erros”, visto que muitas vezes os autores de determinados textos o procedem conscientemente. Neste caso, erros são considerados aqueles desvios que caracterizam a falta de conhecimento do usuário da língua, enquanto que recurso estilístico ou recurso expressivo é a construção fora do padrão gramatical, de maneira intencional.

01. (Fuvest – SP) Você pode dar um role de bike, lapidar o estilo a bordo de um skate, curtir o sol tropical, levar a sua gata para surfar.

Considerando-se a variedade lingüística que se pretendeu reproduzir nessa frase, é correto afirmar que a expressão proveniente de variedade diversa é:

a) “dar um rolê de bike

b) “lapidar o estilo”

c) “a bordo de um skate

d) “curtir o sol tropical”

EXPLICAÇÃO: Com exceção da alternativa "b", todas as outras apresentam variantes populares ou gírias. "Lapidar o estilo", ao contrário, apresenta-se em língua totalmente culta e padronizada.

02. (ENEM / 2008) Assinale o trecho do diálogo que apresenta um registro informal, ou coloquial, da linguagem.

a) “Tá legal, espertinho! Onde é que você esteve?!”

b) “E lembre-se: se você disser uma mentira, os seus chifres cairão!”

c) “Estou atrasado porque ajudei uma velhinha a atravessar a rua…”

d) “…e ela me deu um anel mágico que me levou a um tesouro”

e) “mas bandidos o roubaram e os persegui até a Etiópia, onde um dragão…”

EXPLICAÇÃO: A substituição de "nós" por "a gente", a redução do verbo "estar" para "tar" (ou de "está" para "tá"), bem como a omissão do "s" e "r" finais das palavras são características próprias da língua coloquial / informal.

Texto para as questões n.º 03 e 04

SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO

Uma procissão de espantalhos,

pela miséria colorida,

pelos atalhos

vinha:

pediam vida, queriam vida!

E as suas caras eram trágicas

Porque tinham todas a mesma expressão

- que era o mesmo que não terem

E tão insuportável era aquela cara única

que a polícia atirou em cima deles bombas

de gás hilariante.

Nenhum espantalho riu.

A procissão continuou,

a procissão está agora em plena Estrada Real

enquanto

pelos atalhos

por toda a parte

por cima dos gramados

por cima dos corpos atropelados

os automóveis fogem como baratas.

Mário Quintana. Caderno H. São Paulo, Globo

03. Nesse texto, a idéia da “procissão de espantalhos” ora é indicada por verbos e expressões no singular, para marcar sua união; ora por verbos e expressões no plural, para marcar a quantidade de espantalhos. Transcreva um exemplo de cada caso.

"Pelos atalhos 'vinha'; "pediam 'vida' ", 'queriam' vida".

04. Esse emprego no singular e plural é um desvio do padrão culto da língua, pois, optando-se por uma concordância, seria de esperar que ela se mantivesse.Analise o poema com atenção e explique se o desvio deve ser considerado um erro um ou recurso expressivo.

Evidentemente, trata-se de um desvio estilístico, é um recurso expressivo utililizado INTENCIONALMENTE pelo autor, portanto não há indícios de erro gramatical, já que o autor o fez para expressar melhor o sentido do poema.