27 de mai. de 2010

PORTUGUÊS VIROU LINGUAGENS

Uma das grandes preocupações dos candidatos que enfrentam os concursos e vestibulares é disciplina de Língua Portuguesa. A maioria entende que a gramática é o ponto forte, e que decorar as regras seria uma solução interessante. Pode até ter sido no passado, não agora. Espera-se, na atual conjuntura, que as pessoas tenham habilidades que ultrapassam a língua materna, como saber empregar a intertextualidade, os conhecimentos prévios e diferenciar denotação da conotação.

Prova de Língua Portuguesa é um ponto. Prova de Linguagens é outro. Os próprios termos se explicam. Quando se cobram questões inerentes à sintaxe, não tem como fugir do idioma que se fala. Mas, quando se estabelece a interpretação de uma charge ou de qualquer outro gênero textual que não seja baseado apenas na verbalização, estamos transcendendo o limite de nossa língua. É isso que os concursos e vestibulares têm cobrado mais ultimamente.

Um dos aspectos que mais me agradam e, acredito, a outros profissionais também, é ver uma prova de concurso solicitar conhecimentos sobre a variedade lingüística. Sei que aí também estão abordando a Língua Portuguesa em sua diversidade, não se foge ao limite do idioma, mas a análise é de que existem diferentes formas de linguagem manifestadas conforme o seu contexto. Isso é completamente moderno, concreto. Mede realmente conhecimento lingüístico.

É perceptível que os conteúdos ganham mais notoriedade, porque antes eram praticamente os mesmos nos diferentes exames realizados pelas diferentes instituições. A valorização a outros assuntos que não se limitam à gramática e ortografia reflete que a preparação deve ser ainda maior, bem como se prestigiam os mais estudiosos e menos descomprometidos. Não se iludam, pois daqui a cinco anos, provavelmente serão poucas as seleções que não incluirão a redação em seus editais. O filtro será cada vez maior, não bastará saber Português; conhecer Linguagens, na acepção do termo, será essencial.

26 de mai. de 2010

QUESTÕES COMENTADAS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO IFRN 2010

Publico, a seguir, algumas questões comentadas do Concurso do IFRN, realizado dia 23-05-2010, para o cargo de Técnico Administrativo em Educação - Assistente em Administração. As provas desse exame foram realizadas pela COMPERVE / UFRN.


01. (IFRN - COMPERVE / 2010). Na construção da coesão textual por elipse, verifica-se a supressão de uma ou mais palavras que podem ser, contudo, inferidas pelo contexto semântico e sintático. Constitui exemplo desse processo:
A) “As taças têm formato diferente do copo [...]” (texto 1-linha 2).
B) “É uma situação complicada ficar toda hora pensando assim [...]” (texto 2-linha 1).
C) “[...] mas seria a vitória do grupo, e não apenas a individual” (texto 2-linhas 3 e 4).
D) “Mas a caminhada é longa” (texto 2-linha 5).
RESPOSTA: "C". Coesão por ELIPSE caracteriza-se pela omissão de um termo que está subentendido e que já foi citado anteriormente, para não haver repetição desnecessária. Neste caso, em todas as outras opções, o termo referente está claro: na letra "A", taças; na letra "B", "ficar a toda hora pensando assim"; na letra "D", o termo referente é caminhada. Portanto, a letra "B", o termo subentendido é vitória, antes de "individual".

02 (IFRN - COMPERVE/2010). Considere o seguinte fragmento do texto: “Sei que seria o destaque naquele momento [...]”
O enunciado em que a oração sublinhada exerce função sintática idêntica à da oração destacada no fragmento é
A) Os turistas podem ficar tranquilos, que o país da Copa lhes preparou uma ótima recepção.
B) Nem todos os torcedores têm a certeza de que o Brasil será o campeão.
C) Os estádios que serão utilizados na Copa da África do Sul estão com as obras bastante adiantadas.
D) O técnico da Seleção Brasileira, durante uma entrevista, afirmou que o esquema tático já está definido.
RESPOSTA: "D". Trata-se de uma questão de período composto, mesmo que não haja referência sobre isso. A oração subordinada destacada no enunciado completa do sentido da forma verbal "Sei", que é transitiva direta, portando é SUBSTANTIVA OBJETIVA DIRETA. Na alternativa "A", a oração subordinada é ADVERBIAL CAUSAL, o termo QUE é substituível por POIS; na alternativa "B", a oração subordinada completa do sentido do nome abstrato CERTEZA, portanto é SUBSTANTIVA COMPLETIVA NOMINAL; na alternativa "C", A oração é SUBORDINADA ADJETIVA RESTRITIVA, pois qualifica o substantivo "estádios". A alternativa restante traz uma oração nos moldes da que está enunciado, pois a subordinada completa o sentido da forma "afirmou" (VTD) e por isso atua como OBJETO DIRETO (ORAÇÃO SUB. SUBST. SUBST. DIRETA).

03 (IFRN - COMPERVE/2010). Sem prejuízo ao sentido original, pode-se reescrever a oração “Virei-lhe o listrado do peito”, substituindo o pronome oblíquo destacado, da seguinte forma:
A) Virei todo o listrado do peito.
B) Virei esse listrado do peito.
C) Virei algum listrado do peito.
D) Virei o listrado do seu peito.
RESPOSTA: "D". O pronome oblíquo LHE, quando não desempenha função de OBJETO INDIRETO, pode substituir os pronomes possessivos, atuando como ADJUNTO ADNOMINAL. É o que acontece na presente questão. Isso ocorre em expressões como Tiraram-LHE a gratificação (Tiraram a SUA gratificação). Nos outros casos, os pronomes são, respectivamente, indefinido (todo), demonstrativo (isso) e indefinido (algum), sobrando tão-somente a alternativa "D".

19 de mai. de 2010

SURPRESAS NEGATIVAS

A vida é mesmo muito cheia de surpresas: umas, boas; outras, nem tanto. Tive uma surpresa muito ruim esses dias. Não há nada pior, embora eu saiba que o meu caso não se parece, nem de longe, com o que muitas outras pessoas enfrentam.
O fato é que quando se é acusado ou suspeito de tomar atitudes ruins, intencionalmente, não dá para ficar bem. E foi justamente o que aconteceu. Sem contar maiores detalhes nem citar nomes (por uma questão ética, como é de meu costume) fui questionado sobre minha postura em sala de aula, logo eu, metido a chato e carrancudo para a maioria dos alunos de cursinhos. Eu, que só costumo tirar brincadeiras com pessoas que julgo conhecer, fui muito mal interpretado e responsabilizado por um trauma em um adolescente, a cujo pai tenho o maior apreço.
Não dormi aquela noite. Nem poderia. Sou à moda antiga, daqueles que consideram amizade acima de qualquer parâmetro. O pior de tudo é ouvir que referido aluno está sendo transferido de turno por minha causa. Foi a minha maior tristeza e decepção desde que ensino em cursos preparatórios. Isso até poderia ser tido como uma propaganda negativa a meu respeito, mas escrevo sobre, mesmo sem tecer maiores informações, porque tenho minha consciência tranqüila.
Espero, sinceramente, que um dia eu possa esclarecer uma história tão estranha. Com reações adversas entre a sala de aula e no momento de chegar a casa, nunca imaginei que o aluno em questão tivesse uma imagem tão perversa a meu respeito. Pensar, inclusive, que minha índole combinaria com ridicularizar ou submeter a uma situação constrangedora alguém que tanto admiro. Muito mais estranho e sofrível é não ter havido nenhuma ponderação, um questionamento: será que Cassildo faria isso? Teria ele a intenção de humilhar o meu filho?
Vivemos numa época em que histórico não se conta mais. Aquilo que se realizou no passado não serve mais como referência para o que se vê no presente. Aprendi com o pai desse menino, durante quatro anos, que nós precisamos primeiro checar as informações. Quantas vezes não fui criticado por meus impulsos, ouvindo que a idade me ensinaria a pesar mais as palavras. E acho que tenho aprendido, mas surpreendemente a pessoa que mais me ensinou isso agiu contrariamente.
Se, em algum momento, o meu aluno entendeu que eu pudesse estar humilhando-o, eu peço-lhe sinceras desculpas. Não consigo compreender porque, no momento da brincadeira que me incluía também, ele até se envolveu, não me procurou ao final da aula e, ao chegar em casa, estava, segundo seu próprio pai, arrasado.
Estou ainda me recuperando da surpresa. E entendo que, eventualmente, o pai e o filho, na condição de atingidos, também possam estar mal. Mas eu tenho plena consciência do que faço. Errar, sempre errarei, mas procurando um limite. Nunca fez parte de minha conduta tratar mal as pessoas e não seria às vesperas dos trinta e dois anos que eu faria isso.
Desculpem o desabafo, e boa tarde.
Cassildo.

SALA (DA) DE QUESTÕES (Cassildo Souza)

Quanto gelo vejo agora
Quanta frieza no mundo
Quanta insensibilidade!

Tudo já passa da hora
Nada é mais tão profundo
Quanta falta de verdade!

Tudo é um “faz-de-conta”
Domina a hipocrisia
Felicidade exauriu.

Sereno não mais se está
Agitam-se as sensações
Autenticidade não há.

Onde estão os corações?
Peitos foram extirpados
Divididos em milhões.

Tudo foi fragmentado
Mundo foi comprometido
Nada mais a se ousar.

Viável ficar parado?
Nunca será bom caminho
É preciso se mover.

Mudança tende a reinar
Nem sempre ficar sozinho
Tende a correto ser.

Todos estejam cientes
De que ou se muda agora
Ou tudo irá morrer.

E, a morrer cabisbaixo
A opção coerente
Seria não nascido ter.

16 de mai. de 2010

CARTA ARGUMENTATIVA - MODELO

A carta argumentativa apresenta certas peculiaridades, pois é direcionada a um leitor específico. Por esse motivo, vocativos são recursos bastante utilizados, para dirigir-se ao destinatário de forma direta. A seguir, publico uma carta abordando os problemas de pedofilia envolvendo a Igreja Católica. Os trechos em negrito representam a destinação que se deve fazer a quem receberá a carta.

Currais Novos (RN),

Santíssimo Papa,

Sem dúvida alguma, os últimos escândalos envolvendo alguns membros da Igreja Católica em casos de pedofilia repercutiram de forma muito negativa, não somente no âmbito religioso, como em todos os segmentos da sociedade mundial. Se o tipo de anomalia praticada no ambiente de sua Igreja já constitui um motivo de repúdio quando se trata de pessoas comuns, torna-se inconcebível, inaceitável e passível de punição severa vindo de uma instituição responsável pelo exemplo maior de conduta.

Estou consciente de que V. S. pensa como eu, jamais tive dúvidas em relação a isso. Por essa razão, peço-lhe que tome as medidas necessárias o mais rápido possível, sob pena de a Igreja Católica perder ainda mais fiéis. E as medidas necessárias, no meu modo de enxergar a situação, é punir impiedosamente os infratores. Sei que há também uma campanha para que o Vaticano libere o casamente de padres, sob a justificativa de se evitar que mais casos como esses aconteçam. Penso que a cúpula da Igreja até poderia considerar a possibilidade, mas isso não diminuiria a aptidão por se fazer o mal.

Confio na soberania da Igreja que Vossa Santidade lidera, mas rogo-lhe que reveja os casos com o maior rigor possível. Não é possível que até os sacerdotes resolvam cair na criminalidade hedionda, sem haver qualquer castigo. Ainda mais porque esses membros devem ser espelhos para os fiéis, principalmente para as crianças. A credibilidade está abalada, mas havendo medidas drásticas, esse caminho pode ser revertido.

Pensemos no trauma que as crianças molestadas e sua família vêm passando. Coloquemo-nos no lugar de seus pais, quanto sofrimento devem estar vivenciando. A violência é repudiável, e contra seres indefesos torna-se crueldade. O Santíssimo Papa há de considerar minhas ponderações, justamente pela atribuição que recebeu de levar a paz em todo o universo.

Caso as providências não sejam devidamente tomadas, não posso mais garantir que confiarei na Instituição criada pelo Apóstolo Pedro para trazer às pessoas a espiritualidade necessária à superação de obstáculos da vida, que a tantas pessoas auxilia neste mundo tão rodeado de maldade e perversidade. A Igreja pode ser tudo, menos colaboradora de tais atos.

Com o meu pedido de bênção,

Anti Pedofilus Vaticanolus

QUE SAUDADE DE CORRIGIR REDAÇÃO

Houve um tempo em que eu não podia me mexer de tanta redação para corrigir. Tempos contraditoriamente bons. Hoje, eu tenho outras atribuições, atividades da Escola e planos, mas sinto muito falta dos tempos em que tomava, no mínimo, 60 ou 70 redações.
A coisa está tão séria que, pelo fato de receber poucas redações, às vezes até acabo esquecendo de corrigi-las e o tempo médio de entrega, que deveria ser menor, aumenta.
Faço um pedido. Quem acompanhar esse blog, mande-me redações para que eu corrija. Faço-o com o maior prazer de quem atua numa área bastante significativa no vestibular. Alunos, escrevam-me, que eu responderei, mesmo com várias tarefas a cumprir.
Vamos escrever mais. Isso é um aspecto fundamental.

Cassildo.

15 de mai. de 2010

O DIA EM QUE REALMENTE A TERRA PAROU

Foi simples. Chegou uma hora que estava há muito anunciada. A Terra parou. Todos pararam de produzir, de pensar, de raciocinar, de estudar, de trabalhar. Todos, sem exceção, deixaram de fazer aquilo que escolheram.
Ocorre que muitos, por necessidade, status ou falta de vocação, começaram a deixar as salas de aula (eram professores) e passaram a concorrer para outros cargos com altos salários e regalias não recebidas na antiga profissão. Como a fila de concursos anda - embora muitos não percebam assim - todos os professores foram sendo aprovados nos exames de que participavam. Eram muitas as funções: assistentes administrativos, oficiais de justiça, técnicos de informática, contabilistas, etc.
Ocorre que os mais novos, que ainda não tinham idade para trabalhar, começaram a ficar sem professores, não havia mais um único ser que se interessasse pela arte de educar. Então, aqueles que tinham mudado de função foram-se aposentando, outros morrendo e, como não era mais possível formar profissionais, pois quase não existiam mais escolas, as empresas, instituições, comércios, prestadores de serviços, organizações não-governamentais foram-se abolindo e nada mais era executado. Resultado: o mundo todo parou e a civilização, extinguiu-se.

Claro que o trecho acima é apenas uma brincadeira minha. Mas poderíamos refletir melhor a respeito. Escuto todos os dias professores dizerem que devem abandonar a carreira, que o salário é pequeno, que é difícil dar aulas, a estrutura não existe, etc. Fico imaginando se todos os atuantes do Magistério resolverem fazer a mesma coisa. Por que não pensar que o mundo teria um colapso? Como seriam formadas as outras funções? Autodidaticamente?
Temos uma responsabilidade muito grande e não podemos pensar de forma egoísta apenas porque a sociedade hipócrita nos cobra um posicionamento de destaque. Destaque sem prazer no que faz, sem poder ser autêntico, sem dar uma contribuição à humanidade, para mim não serve.
Existe muita gente que recebe um salário gordo, mas que nem tempo, nem companhia, nem prazer de aproveitá-lo tem. Viver de faz-de-conta é um hábito moderno que poderia eliminar a civilização do planeta, pois o conhecimento jamais será prescindível.

Cassildo.


14 de mai. de 2010

QUESTIONAMENTOS

Cassildo Souza

Tenho observado algumas coisas estranhas nesses quase quatro anos atuando na área do ensino direcionada a cursos preparatórios. As incoerências que se posicionam contra os profissionais que procuram tomar uma conduta reta é uma coisa impressionante. Tudo, para estes, é motivo de questionamento, de cobrança, de indignação. Os caminhos se inverteram e já não quer dizer muita coisa ter responsabilidade, compromisso, ou até mesmo domínio de conteúdo.
Nunca faria um discurso vitimado, mas o fato é que, mesmo optando por uma trajetória de respeito aos tomadores de serviço - principalmente os alunos, pois é com eles o meu vínculo porventura existente - sou constantemente colocado contra a parede, como se eu fosse um irresponsável. Não me lembro de, ainda que atuando em três cidades diferentes, ter faltado um único dia de aula. Não me lembro, também, e talvez seja este o problema, de ter me dirigido à sala de aula para fazer daquele ambiente um palco de programa de auditório ou um espetáculo circense. Apesar disso, algumas vezes, meu nome saiu na boca do povo, de maneira negativa, sabe-se lá por quê, na maioria dos casos com o apoio dos meus "comandantes".
O que as pessoas despreparadas não sabem é que nada nem ninguém jamais irá apagar a clareza, a seriedade e a qualidade (boa ou ruim) do que faço. Não sou - nem pretendo ser - melhor ou pior do que ninguém. Provavelmente está aí o outro problema. Não preciso encarnar um personagem para transmitir os temas que, no meu entender, são necessários ao alcance dos objetivos. Sou franco até demais e isso às vezes causa incômodo numa sociedade onde não ser hipócrita é o mesmo que não existir.
Na situação em que me apresento hoje não precisaria trabalhar arduamente, arriscando minha vida em viagens, não restando um único dia para descansar. Continuo fazendo, primeiro porque tudo o que eu faço - mesmo sem tanta necessidade - é de coração. Não conseguiria atuar pensando apenas no aspecto financeiro até porque isso não me traria grandes expectativas. O fato é que preciso de muito pouco mesmo para sobreviver, sou muito bem resolvido em relação a isso. Em segundo lugar, sou profissional: quando concluí minha graduação, prometi (a mim mesmo) nunca recusar-me a contribuir no âmbito em que me insiro.
Nada me fará curvar diante de certas situações; ninguém me imporá idéias que não se enquadrem no que considero correto e honesto; jamais me convencerão a criar personagens, a fazer tipo, a deixar quem eu realmente sou para poder agradar à hipocrisia.
Agradeço às raras exceções existentes com respeito a essas ponderações. Quem esperar um ator, um marqueteiro, um profissional da disfarçatez, não conte comigo. Quem desejar ter alguém compromissado com aquilo que escolheu, livre de toda e qualquer alegoria, pode ter certeza que estarei disposto a dar o melhor de mim. Mesmo que isso não seja - de imediato - reconhecido por aqueles que se acham os donos da verdade.

11 de mai. de 2010

QUESTÕES COMENTADAS - CLASSES DE PALAVRAS

01. (FEI-SP) Leia, atentamente, o texto e responda:

“Depois, Iracema quebrou a flecha homicida, deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta farpada.” (José de Alencar).

Em qual das alternativas todas as palavras são substantivos?

a) Iracema – farpada – consigo – ponta – flecha;

b) ponta – Iracema – desconhecido – flecha – haste;

c) homicida – farpada – deu – ponta – Iracema;

d) desconhecido – depois – Iracema – flecha – ponta;

e) flecha – consigo – guardando – Iracema – quebrou.

RESPOSTA: "B". Para ser SUBSTANTIVO, a palavra deve ter por função principal DESIGNAR, DENOMINAR as coisas, pessoas e sensações; na letra A", farpada é adjetivo e consigo, pronome; na letra "C", farpada é adjetivo, deu é verbo; na letra "D", desconhecido é adjetivo e depois, advérbio; letra "E", consigo é pronome e guardando e quebrou, verbos. Na letra "B", embora desconhecido seja originalmente adjetivo, no trecho aparece antecedido de artigo e, portanto, substantivo.


02. (Mackenzie-SP) Assinale a alternativa onde a palavra grifada não se classifica como adjetivo:

a) Seus olhos tinham o mesmo brilho úmido das uvas.

b) A esposa exemplar poupava-lhe os dissabores.

c) Não faz mal – respondeu-lhe o Diretor.

d) Seja breve.

e) Esperaram juntos no topo da escada.

RESPOSTA: "C". Mal nunca é adjetivo, pode ser substantivo, advérbio ou conjunção temporal; na letra "A", úmido qualifica brilho; na letra "B", exemplar qualifica esposa; na letra "D", breve qualifica o subentendido você (você seja breve); na letra "E", juntos qualificam o termo subentendido eles.


03. (FAU Santos-SP) “O policial recebeu o ladrão A bala. Foi necessário apenas um disparo; o assaltante recebeu A bala na cabeça e morreu na hora.”

No texto, os vocábulos destacados são, respectivamente:

a) preposição e artigo; b) preposição e preposição;

c) artigo e artigo; d) artigo e preposição;

e) artigo e pronome indefinido.

RESPOSTA: "A". Quando o A é preposição, é invariável. Na primeira oração, se trocássemos bala por tiro, a palavra anterior permaneceria sendo A, portanto, preposição; e, na segunda, fazendo a mesma troca, o A transformar-se-ia em O, seguindo o substantivo masculino tiro, por isso é artigo definido, o qual sempre acompanha substantivo.

1 de mai. de 2010

LÍNGUA PORTUGUESA JAMAIS SERÁ ACESSÓRIA

Num modelo de vestibular que "ameaça" se estender pela maioria das universidades brasileiras, com a valorização da interdisciplinaridade, o aluno que percebe mais facilmente as entrelinhas tenderá a sobressair-se em relação aos demais. Agora, mais do que nunca, os que estudam mais, lêem mais, criticam mais, enfim, aqueles que raciocinam mais objetivamente e com conhecimento concreto deverão, em larga escala, ficar com as vagas dos cursos.
Mas não pensem os desavisados que atingir a excelência na interpretação dos enunciados e dos textos dos processos seletivos acontecerá naturalmente, como aprender a andar, por exemplo. Se até essa habilidade requer treinamento, imagine aprender a ler e a escrever com criticidade. A Língua Portuguesa, matéria geralmente preterida, desprezada por um sem número de alunos e algumas dezenas de cursinhos pré-vestibulares ganha corpo, e por essa razão precisa ser colocada numa posição de importância por alguns pseudoalunos e aventureiros de plantão encarregados em ganhar dinheiro de pessoas ingênuas.
Quando se tem um aulão preparatório, seja no meio do curso ou na véspera das provas, o tempo para Língua Portuguesa e Redação praticamente inexiste, é irrisório se comparado ao de outras matérias. Há status diferenciado concedido a disciplinas igualmente importantes e igualmente merecedoras de destaque, mas que sempre são privilegiadas e servem de marketing para quem promove o evento dito preparatório ao vestibular.
Ao aluno cabe a consciência de que Língua Portuguesa sempre foi importante. Não será apenas agora, por causa de tais modificações no modelo do Vestibular. É inviável perceber isso apenas depois da reprovação no vestibular, mas aqueles que não vêem ainda a importância de saber utilizar o nosso código matriz na situação apresentada ou em qualquer outra, revejam seus conceitos, pois a competitividade não espera por ninguém. E lembrem-se: Língua Portuguesa jamais será acessória. Ela é "simplesmente" a língua que falamos.

Boa noite.