30 de jun. de 2009

ASSINAR OU NÃO ASSINAR? PÔR TÍTULO OU NÃO?

Apesar de já termos abordado aqui esse assunto, ele sempre causará dúvidas. Na hora da redação, como fazer, assinar ou não assinar o texto? Pôr título ou não?

Deixemos tudo claro: considerando os gêneros textuais mais cobrados nos vestibulares, DISSERTAÇÃO, CARTA ARGUMENTATIVA e ARTIGO DE OPINIÃO, o primeiro NUNCA será assinado; o segundo e o terceiro serão assinados, caso a proposta exija. Nesse caso, serão indicados nomes fictícios, os chamados PSEUDÔNIMOS.
Em qualquer situação, JAMAIS o nome próprio será assinado, sob pena de anulação da prova. No caso do ARTIGO, quando não se indica o nome para assinatura, geralmente se pede para NÃO ASSINAR, mas o candidato deve saber, independentemente de orientação que só deverá fazê-lo caso indiquem um PSEUDÔNIMO. Resumindo, o aluno deve ler bem as propostas, pois nelas estarão todas as informações necessárias.

E, no caso do título?
Se for CARTA ARGUMENTATIVA, não há título; no caso da DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA e do ARTIGO DE OPINIÃO, é bom o aluno atribui-lo, mesmo que não venha o pedido expresso na proposta; caso venha a solicitação clara para se colocar um título, o candidato perderá muito se não o fizer. É preciso, de novo, estar atento à proposta de redação, ao que ela informa tanto sobre assinaturas quanto sobre títulos. O aluno começa bem ou mal a redação a partir da compreensão daquilo que se pede.

Um abraço.

Cassildo.

ATUALIZAÇÕES

Lembro aos internautas mais interessados em temas de redação que nosso espaço atualizou os possíveis assuntos cobrados em provas para ingresso nas universidades. Nos últimos meses, têm ganho destaque a crise no Senado Federal, com os atos secretos e outros procedimentos suspeitos, o surto da Gripe H1N1 (mais conhecida como "suína") e o possível terceiro mandato para o Presidente Lula.
É importante estar por dentro dessas matérias para que se possa construir um texto coerente e claro, demonstrando conhecer os aspectos mais importantes dentro do país e do mundo.
E já sabem, eis aqui um grande aliado nessa busca de concretizar o sonho da aprovação no vestibular: estarei sempre à disposição e pronto para servir no que for necessário e estiver ao meu alcance.

Um abraço.

Cassildo.

DIFERENÇA ENTRE "MAIS" E "MAS"

Muito confusas estas duas palavras: MAIS e MAS. Dentro de um fragmento maior, às vezes, pelo costume de pronunciarmos quase de mesma maneira, é comum equivocarmo-nos e trocarmos uma pela outra. Tal fato deve ser evitado, pois apesar da semelhança, em nada se correspondem.

MAS é sempre conjuñção adversativa, que indica oposição entre duas idéias, dentro de uma mesma sentença ou período. É sinônimo de PORÉM, ENTRETANTO, NO ENTANTO, CONTUDO, TODAVIA.

Estávamos com toda a documentação regular, mas nossa inscrição não foi aceita.

Percebamos que o conectivo une duas orações que possuem idéias adversas: estar com a documentação regular implicaria que a inscrição fosse aceita, mas como isso não se confirma, as idéias são contrárias e, por isso, conectadas pelo MAS. Jamais utilizem MAIS nessas situações.


MAIS é o contrário de MENOS, assim como MUITO e MEIO, pode ser advérbio ou pronome indefinido, indicando acréscimo, adição.

O jogador mais caro do mundo é Cristiano Ronaldo.
MAIS é advérbio e intensifica o adjetivo CARO. Poderíamos fazer a oposição com MENOS.

Precisamos de mais coragem para enfrentar a situação.
MAIS é pronome indefinido e modifica o substantivo CORAGEM. Aqui também poderíamos fazer a oposição com MENOS.

Portanto, evitemos trocar uma pela outra, pois, como observamos, não têm qualquer relação significativa.
Um abraço.
Cassildo.

23 de jun. de 2009

DESCAMINHOS (Cassildo Souza)

Todos os olhos procuram
Nenhuma lente vê
O que está escondido
Velado pela confusão.

Todos querem solução
Para um tédio incurável
Uma falta de direção
De proporções gigantescas.

Quanta incerteza
Nessa “tão” indefinição
Ninguém sabe, não se viu
Portanto, não se existe.

Quanto babel
Para uma somente torre
Línguas muito estranhas
Entre todos nós.

Onde está?
Quem é que?
Em que lugar?
Quando aconteceu?

Todos estavam
Não mais estão
Onde encontrar,
Se tudo ficou na escuridão?

22 de jun. de 2009

NÃO CONFUNDAM PREFIXAÇÃO COM COMPOSIÇÃO

Tenho recebido muitas perguntas a respeito das regras do hífen. Tem havido uma confusão que não deve perdurar, sob pena de a grafia de certas palavras ser prejudicada.

Só sofreram alterações as palavras cujo hífen serve de separação entre o prefixo e o radical. E, desde já, é preciso entendermos que prefixo não possui sentido próprio, passando a comunicar algo tão-somente quando juntado ao radical, que é parte comum de todas as palavras.

Assim, por exemplo, palavras como ULTRA-SONOGRAFIA, ANTI-SOCIAL, PRÉ-REQUISITO são formadas por prefixação, pois ULTRA, ANTI e PRÉ não possuem significação própria. Tais palavras passaram a ser escritas, pela nova convenção, como ULTRASSONOGRAFIA, ANTISSOCIAL e PRERREQUISITO, graficamente muito estranhas em relação às regras antigas. Em suma, palavras formadas por prefixação é que sofreram mudanças.

Agora, palavras como PASSATEMPO, GIRASSOL, BEIJA-FLOR, GUARDA-ROUPA permanecem com a grafia que sempre tiveram. Em relação a esses vocábulos, não se trata de prefixação e sim de composição: duas palavras independentes (o que não ocorre com prefixos) que se juntam para formar uma só. Vejam que PASSA tem significação própria, assim como GIRA, BEIJA e GUARDA, todos sendo verbos.

Do mesmo modo, continuam a ser escritas de mesma maneira BEM-TE-VI, PÉ-DE-MOLEQUE, PLANALTO, PERNALTA, AGUARDENTE e todos os outros vocábulos que se enquadram em COMPOSIÇÃO, opondo-se aos casos de DERIVAÇÃO PREFIXAL, modificados, como vimos acima.

BUSCAR SEMPRE É O CAMINHO

Às vezes nos perguntamos por que ainda não atingimos determinado estágio em nossa vida ou por que motivo ainda não logramos êxito em certas áreas, o que tende a nos tornar apreensivos, desesperados e até descrentes nas coisas que nós mesmos realizamos.

O ser humano é, em geral, imediatista. A ansiedade é característica de alguns, mas a capacidade de querer resolver as coisas antes de seu devido tempo parece acompanhar a maior parte da humanidade. Quando as etapas que estabelecemos (muitas vezes sem noção exata do quanto podem durar) não estão sendo cumpridas conforme planejadas, o mundo desaba e ficamos numa situação de crise, como se nada mais tivesse seu devido valor.

O que precisamos é entender que nada é, obrigatoriamente, realizável de forma perfeita. Existem imprevistos, obstáculos, equívocos, excessos, expectativa além da conta, entre outras nuances, que nem sempre permitem o prosseguimento daquilo que projetamos. E é aí que a serenidade deve imperar. Devemos compreender os descaminhos da vida, os quais, inclusive, devem servir de lição para outros eventos futuros. As conquistas nem sempre fluem, e o mais importante é estarmos sempre prontos para pleitear aquilo que desejamos.

Todos têm direito a conquistas e perdas. Isso é mais do que uma constatação; é uma lei. Os ciclos são dialéticos, paradoxais, o desequilíbrio sempre existe. Podemos tomar como exemplo a questão climática: enquanto aqui não chove, na parte de baixo do país os temporais são uma realidade; por outro lado, no período em que se tem uma precipitação além do normal no Nordeste, a escassez d'água torna-se um fator inesperado nas regiões Sul e Sudeste. Na vida também é assim, nada pode ser completamente bom ou ruim. E nós, enquanto seus atores, precisamos ser inteligentes, suficientemente, para aceitar o que não pode ser modificado e reunir forças para permanecer buscando. Esse é o melhor caminho.

11 de jun. de 2009

MECANISMOS DE COESÃO REFERENCIAL

A coesão textual é estruturada de duas maneiras: referencialmente e seqüencialmente. Aqui, vamos estudar a REFERENCIAÇÃO, que consiste em termos (pronomes, advérbios, expressões equivalentes) que fazem alusão a um vocábulo já citado, para enfatizá-lo ou para repeti-lo. Vejamos tais mecanismos.

A) Pronominalização: substituição do termo referente por um pronome ou advérbio.

A Seleção Brasileira foi bem, no jogo de ontem, no Estádio do Arruda. , a torcida sempre apoia o time brasileiro.

B) Numerais: usados para substituírem os referentes textuais.

Existem dois tipos de coesão. A primeira é referencial; a segunda, seqüencial.

C) Elipse: supressão de um termo subentendível, por ter sido colocado no início, ou que será inserido no final do segmento.

Fazia gols inimagináveis. Romário foi um gênio na pequena área.
Cazuza viveu intensamente. Tinha fama de rebelde, mas queria mesmo era transgredir.


D) Repetição de nome próprio integral ou parcialmente: Reitera um nome total ou parcialmente para enfatizá-lo.

Luis Inácio Lula da Silva esteve com Barack Obama. Lula espera que relação entre os dois países melhore ainda mais.

E) Metonímia: Processo de substituição de uma palavra por outra, fundamentada numa relação de contigüidade semântica. Ou seja, quando essas palavras guardam alguma relação de sentido entre si.

O governo americano diz estar aberto ao diálogo com qualquer país. A Casa Branca realmente mudou com a chegada de Barack Obama.

F) Epíteto: Elogio ou injúria atribuída a alguém.

Pelé sempre é polêmico quando abre a boca. O Rei do Futebol não costuma usar a retórica a seu favor.

G) Nominalização: É o uso de um substantivo que mantém relação semântica com verbo usado anteriormente.

O reitor afirmou que a Universidade não se adequará às mudanças este ano. A afirmação ratificou o que todos já presumiam.

H) Sinonímia: Emprego de palavras ou expressões sinônimas ou muito parecidas.

Todos devem cumprir os deveres para poder cobrar alguma coisa depois. Não cumprir as obrigações significa estar inapto a reivindicar o que quer que seja.

I) Repetição: Quando não houver possibilidade de substituição por palavra equivalente ou quando a situação favorecer.

O verbo é a espinha dorsal de uma oração. Sem ele, não existe significação e, por conseqüência, comunicação. Assim, o verbo torna-se indispensável para que se construa sentido.

J) Termo-síntese: Emprego de uma palavra ou expressão que resume uma idéia anterior.

Falta de professores, escolas depredadas, estrutura degradada, currículo arcaico. Todos esses obstáculos fazem do Brasil um país sempre vergonhoso no quesito educação.

5 de jun. de 2009

Hipocrisia (Cassildo Souza)

Inconveniências e contradições
Incoerências e ambições
Que se assemelham aos problemas sociais
Que nos conduzem a dizer nunca mais.

Incomunicação consciente, impossível
Ambiência negativamente incrível
Incapacidade de reciprocidade
Mútua distorção da liberdade.

Seres da completude que não se complementam
Inadmissíveis atitudes que alimentam
Intransmissões de fluidos de pensamentos
Desconexão prevista para eternamente.

E o laço se desfaz, inoportuno
Hipocrisia, nada que seja uno
Sele-se o fim do ciclo duvidoso
Aliviando e trazendo um mundo luminoso.

MELHORES REDAÇÕES DO INCENTIVO À LEITURA IV

Publico, de maneira incomum, as três melhores redações do PROJETO DE INCENTIVO À LEITURA IV. Desta vez, coloco os textos digitalizados, tentando dar a maior autenticidade possível. A proposta consistia em enviar carta ao ao Presidente Americano Barack Obama, abordando suas afirmações de o Brasil é "uma potência econômica" e "grande jogador".

Clique na imagem para obter o seu tamanho original.










2 de jun. de 2009

QUESTÕES DE INTERPRETAÇÃO COMENTADAS

Tribunal Regional Eleitoral do AMAPÁ – Analista Judiciário – FCC / 2006
As questões de números 01 a 03 referem-se ao texto a seguir.

O que mais surpreende na morte do jovem escritor Alberto Campos é que ele não trazia consigo essa marca misteriosa dos que foram escalados para morrer cedo. Não era um desses "avisados" que já parecem surgir do berço com as mãos e a alma preparadas e que, em sua rápida viagem pelo mundo, limitam-se a olhar silenciosamente para as outras criaturas, com uma certeza nos olhos: uma certeza que nos contagia, mas que continuamos aparentemente a ignorar, tanto é grave esse reconhecimento.
O amigo que olhasse para Alberto Campos não se sentiria coagido a colocar o problema da morte. O corpo talvez fosse débil, mas o que sobretudo identificávamos nele era a chama do espírito, que arde generosamente e que se alimenta do seu próprio fogo.
(Carlos Drummond de Andrade)

01. De acordo com o texto, as pessoas que morrem precocemente
(A) surpreendem-nos sempre, pois tendemos a associar a morte à velhice.
(B) deixam transparecer, desde que nascem, sinais do que lhes ocorrerá.
(C) têm, em vida, pressa em passar pelo maior número possível de experiências.
(D) são justamente aquelas que nos pareciam mais intensas e vitais.
(E) preocupam-se em nos fazer ignorar seus pressentimentos.

1-B: A RESPOSTA É DENUNCIADA POR DOIS SEGMENTOS: “...não trazia consigo essa marca misteriosa dos que foram escalados para morrer cedo.” “Não era um desses ‘avisados’ que já parecem surgir no berço com as mãos e a alma preparadas e que,...”. No texto, Alberto Campos é uma exceção a essa regra que, portanto, é defendida por Drummond.

02. A única afirmação correta em relação ao texto é:
(A) Em Alberto Campos não havia nenhum indício de que morreria precocemente.
(B) O destino não nos permite qualquer convicção sobre quem vai ou não morrer precocemente.
(C) A debilidade física de Alberto Campos era um indício que seus amigos fingiam não ver.
(D) A força espiritual depende do olhar alheio para alimentar sua própria energia.
(E) Os que vão morrer cedo buscam sempre convencer-se
do contrário.

2-A: Essa resposta pode ser justificada pelos motivos da questão n.º 1. Se Alberto Campos era uma exceção à regra de que alguns já nascem com a “marca” da morte, conseqüentemente, não havia nele indícios de que morreria antes do tempo, por isso, fala-se em morte surpreendente. Não se esperava que ele morresse cedo, ao contrário dos demais.

03. Traduz-se corretamente o sentido de uma expressão do texto APENAS em
(A) marca misteriosa = sinal irreconhecível.
(B) escalados = excluídos.
(C)) certeza que nos contagia = convicção que nos toma.
(D) sentir-se coagido = mostrar-se disponível.
(E) chama do espírito = brilho aparente.

3-C: Questão que envolve significação de palavras, semântica. A letra A é descartada, pois enquanto “marca” é sinônimo de sinal, “misteriosa” não pode ser substituída por “irreconhecível”; na letra B, “escalados” não significa “excluídos”; na letra D, “coagido” é exatamente o contrário de “disponível”, coagido significa inibido, intimidado; na letra E, as duas expressões não têm nada de relação uma com a outra. Na letra C, a resposta, “certeza” é sinônimo de “convicção” e “que nos contagia” pode substituir tranquilamente a expressão “que nos toma”.